Capítulos: One-Shot
Gênero: Romance/Drama/Comédia
Anime Base: Digimon Zero Two
Personagens: Tai, Sora, Davis, Izzy e Mimi
Data de Publicação: 29/01/2010
Classificação: T (Sem linguagem imprópria; Tema adolescente)
Sinopse: Meses após a derrota de MalonMyotismon os cinco Digiescolhidos passam suas férias na casa de praia de Mimi. Assim como no verão as tempestades surgem sem avisar, após um longo dia de sol, as emoções confusas dos jovens mudam de uma hora para outra. O clima paradisíaco desperta tanto amores quanto angústias... Como será que eles vão lidar com um dia de verão?
Prólogo
Já fazia dois dias desde que Tai, Sora, Izzy e Davis tinham chegado à casa de praia em Miami Beach. Eram férias de verão e os quatro ficaram muito satisfeitos com o convite de Mimi para que passassem uma semana lá, com tudo pago.
Na verdade, todos Digiescolhidos receberam o convite, mas a maioria deles não pôde ir por diversas razões.
Matt, T.K e Kari estavam para chegar dali a dois dias. Os dois irmãos iriam se atrasar devido a um show da banda de Matt, marcado para aquela semana. E Kari iria mais tarde com eles pois tinha se comprometido a ajudar alguns colegas num grupo de estudos.
Os pais de Mimi tinham se ausentado temporariamente para resolver uns problemas de trabalho, e as cinco crianças encontravam-se sozinhas na bela casa, com tudo que eles precisavam e até um pouco mais.
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“Tum, tum, tum…”
O vento soprava forte na janela semi-aberta. Os primeiros raios de sol começaram a penetrar pela cortina, iluminando o quarto escuro e indicando a chegada de uma nova manhã.
Sora suspirou relutante, escondendo o rosto com as palmas das mãos numa tentativa de privar seus olhos da intensa claridade que invadia todo o cômodo.
“Hmm... que horas são?” perguntou Mimi da cama ao lado, puxando as cobertas até a cabeça para preservar a antiga escuridão.
Sora tateou a pequena mesa ao lado de sua cama à procura de alguma coisa. Após alguns segundos, suas mãos encontraram o alvo, e a garota aproximou o objeto para si.
“São...” começou ela, mas foi forçada a parar, soltando um longo bocejo. “9:35.” terminou, colocando o Digivice de volta na mesa.
“Ah! Ainda é cedo!” reclamou Mimi virando-se para o lado, no que parecia ser um movimento de protesto.
Sora preferiu ignorar, agora era tarde para tentar voltar a dormir. Ela levantou as mãos acima da cabeça e espreguiçou-se lentamente, observando o local no qual se encontrava.
Era um quarto muito bonito. Papéis de parede verde – claros dominavam a paisagem. Enormes bichos de pelúcia largados aqui e acolá davam um tom infantil, porém aconchegante ao cômodo. Sora observou também o belo armário poucos metros à frente de sua cama, e o longo espelho que pendia na parede logo ao lado dele. Por fim avistou seu objetivo, a porta fechada do banheiro.
Afastando as cobertas a menina levantou-se, mas, meio tonta devido a velocidade da ação, parou por alguns segundos equilibrando-se em pé.
A garota vestia uma curta camisola rosa – clara, decorada com desenhos de corações vermelhos por toda sua extensão. A roupa chegava a ser tão curta que mal cobria a cintura da adolescente, deixando inclusive a mostra uma parte de sua calcinha.
Sora não se sentia muito a vontade com a vestimenta, mas acabou decidindo usá-la nas últimas noites, para diminuir – mesmo que pouco – o forte calor que fazia na região. Além do mais ficou despreocupada, visto que a única que a via vestida dessa maneira era Mimi.
“SORAAA!” gritou Mimi, sem saber que a amiga estava a poucos passos dela.
“Fala Mimi! Eu to aqui do lado...” respondeu Sora, diminuindo o tom.
“Ah é?” soltou a garota, tirando o lençol da cara e olhando para sua amiga.
Mas para a surpresa das duas a porta do quarto escancarou-se revelando uma figura masculina.
“Vaaaaamos acordando!” Tai enfiou a cabeça para dentro do quarto, passando os olhos rapidamente por todo cômodo até pousar o olhar na figura perplexa de Sora.
O garoto não conseguiu segurar um baixo “Uau!”, que logo foi abafado pelos gritos e xingamentos das duas Digiescolhidas. Ele fechou a porta assustado, bem a tempo de evitar que sua cabeça fosse atingida por um controle remoto arremessado por Mimi.
“...E não se entra no quarto de uma dama sem bater!” gritou Mimi por fim, depois de uma lista de insultos e berros.
Sora não disse nada, apenas despencou na cama, vermelha de vergonha.
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O sol brilhava alto no céu desprovido de nuvens e Sora podia sentir o calor da areia quente sob seus pés.
As duas garotas tinham colocado seus biquínis e tomado um saboroso café-da-manhã (este preparado por Sora).
Logo em seguida, saíram da casa e caminharam até a praia, que se encontrava a poucos passos.
Muito grata por não ter encontrado Tai ou qualquer um dos outros meninos desde o acontecimento no quarto, Sora decidiu esquecer os problemas e dar um mergulho no mar.
As Digiescolhidas entravam na praia um tanto deserta. Mimi usava um biquíni verde-escuro, com uma estampa de flor verde-clara, Sora por sua vez vestia um biquíni vermelho-vivo sem mais detalhes.
Após alguns segundos de caminhada na areia fofa, Sora pôde avistar Tai, Izzy e Davis.
A garota continuou avançando, observando discretamente seus companheiros a poucos metros dali.
Tai e Davis jogavam futebol na beira do mar, onde a areia era dura e plana. Já Izzy localizava-se mais acima dos outros, mexendo no seu laptop, sentado numa cadeira de praia protegida pela fresca sombra de um guarda-sol.
O Digiescolhido da Coragem não demorou a notar a presença de Sora, e virou-se para olhar a garota.
A mesma percebeu os olhos de Tai acompanhando seus movimentos e, envergonhada, apertou o passo, tentando esquivar-se dos olhos atentos do Digiescolhido.
Tai a acompanhou com o olhar, mas logo foi atingido na cabeça por uma bolada de Davis, e forçou-se a voltar sua atenção ao jogo.
“Algum problema, Sora?” Mimi tentava acompanhar o passo acelerado da amiga.
“Ah, não é nada...” respondeu Sora evasiva. “Vamos entrar no mar?” adicionou antes que Mimi pudesse fazer mais perguntas.
“Claro!” aderiu ela entusiasmada.
As garotas entraram nas calmas águas salgadas. O mar estava incrivelmente azul-claro, com pequenas ondas se formando no raso e nada mais do que meras marolas mais ao fundo.
Ao entrar na água, Sora sentiu um fraco calafrio percorrer todo seu corpo, e então mergulhou, deixando-se refrescar pela água gelada. Ela não tinha certeza se Tai ainda a observava, mas esperava que não.
Criando coragem, Sora virou-se. No entanto, para sua surpresa (e alívio), Tai continuava seu intenso jogo com Davis, correndo de lá para cá cheio de energia. Livre do olhar de seu amigo, ela pôde finalmente focar sua atenção nos companheiros na praia.
Tai vestia uma bermuda preta com a estampa branca de um surfista do lado direito. Ele não sabia surfar, nem sequer havia tentado, mas dizia que bermudas assim eram “imãs para as gatinhas.”
Davis usava uma sunga vinho com dois raios pretos dos lados, e Izzy vestia uma sunga roxa escura sem muitos detalhes.
Sora agora mirava o Digiescolhido da Coragem com um ar de curiosidade. Tai beirava agora os seus dezesseis anos. Não era mais o garotinho impulsivo com o qual Sora estava familiarizada. Sem que ela se desse conta, Tai tinha crescido, e não só de estatura.
Observando Tai sem camisa, ela também percebeu várias mudanças no corpo do menino. Seu peito estava mais largo e os músculos dos braços e abdome mais definidos. Ele nunca fora do tipo “fortão” ou “bombado”, mas seu corpo tinha ficado forte e resistente com a prática de vários esportes ao passar dos anos.
A Escolhida do Amor se perguntava como não tinha notado as mudanças do garoto antes, e constatou que não prestara muita atenção em Tai nos últimos tempos, estava muito ocupada com outro garoto que tinha espaço no seu coração e pensamento.
De qualquer forma, Sora não conseguia disfarçar sua atração pela aparência atual de Tai, bem como o desejo oculto que agitava-se dentro dela.
“Ele é uma gracinha, não é?” sussurrou Mimi, que boiava logo ao lado da amiga.
Sora olhou para ela assustada, não podia deixar que ninguém soubesse sobre essa “quedinha” por Tai, afinal ela estava namorando Matt, e gostava muito dele.
Sem responder ela apenas continuou a fitar a Digiescolhida da Sinceridade com apreensão.
“Quero dizer...” recomeçou Mimi, percebendo que não receberia resposta alguma. “Para quem gosta do tipo mais intelectual e sensível...” completou sem jeito.
“Intelectual...? Mas do quê...?” Sora já não entendia mais nada. Ela podia enumerar dezenas de adjetivos para Tai, mas intelectual certamente não era nenhum deles.
“Será que ele se interessaria por mim?” continuou Mimi falando praticamente sozinha. “Bem que o Izzy podia ser menos reservado, facilitaria muito as coisas!”
Sora finalmente entendeu do que se tratava e respirou aliviada. Mimi não tinha percebido nada, pelo contrário, estava totalmente envolta nos seus próprios pensamentos, observando atentamente o garoto de baixo do guarda-sol.
“Ah... O Izzy?” respondeu Sora disfarçando.
“É ué! Ele tá tão fofinho com essa sunga que eu dei para ele! Da vontade de apertar!” exclamou Mimi entusiasmada.
“Poxa Mimi, você tá procurando um namorado ou um bichinho de pelúcia?” brincou Sora. Mas a amiga fingiu não ouvir e saiu nadando de cara fechada.
Deixando de lado o mau humor de Mimi, Sora voltou-se aos seus próprios pensamentos. O assunto “namorado” despertou na garota uma imensa saudade do seu próprio. A imagem do garoto de cabelos louros sorria para ela em sua mente. Matt sempre colocava a garota em primeiro lugar, inclusive foi ele próprio que insistiu para que ela fosse viajar com os outros, mesmo que ele só fosse encontrá-la depois.
Porém, a Digiescolhida do Amor não conseguia deixar de lado a sensação de que os dois estavam cada vez mais distantes. A banda de Matt vinha fazendo muito sucesso, e os shows constantes somados ao assédio das fãs só servia para afastar o casal.
A garota animou-se ao pensar que seu namorado chegaria no dia seguinte, no entanto também sentiu uma pontada de angústia Sora estava confusa, não sabia direito porque Tai mexia tanto com ela. Só sabia que cada olhar, cada gesto e cada sorriso do garoto a instigava, incomodava, seduzia...
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A noite caiu como um véu sobre a casa de praia e trouxe com ela carregadas nuvens negras que fecharam os céu acima dos Digiescolhidos. A forte rajada de vento que agitava os coqueiros lá fora indicava o prenúncio de uma tempestade.
Sora estremeceu ao ouvir o som dos relâmpagos que explodiam no alto-mar. Ela e os outros se encontravam na sala de estar.
Tai e Sora sentados num grande sofá azul. À frente deles uma pequena mesa de centro, e à esquerda da mesa duas poltronas também de cor azulada aonde sentavam Izzy e Mimi respectivamente. Praticamente deitado em cima do tapete, e a direita da mesa central estava Davis.
No exato momento os cinco estavam jogando um jogo de tabuleiro chamado “Perfil”, que Davis trouxe consigo.
“Ok, vamos lá. Agora eu pego uma carta e o Izzy começa tentando adivinhar!” exclamou Davis animado.
O objetivo do jogo era chegar ao final do tabuleiro, mas para mover seu peão era necessário descobrir o nome do personagem que estava na carta do outro jogador. Basicamente consistia num jogo de adivinhação, onde aquele que acertasse era gratificado com a possibilidade de avançar algumas casas. Um dos jogadores pegava uma carta de personagem, e o jogador a direita deste pedia uma dica e tentava o palpite, e assim o jogo seguia, cada um pedindo uma dica e chutando o nome do personagem. Até que enfim alguém acerta e anda o número de casas correspondentes à quantidade de dicas que sobravam. Era na verdade muito simples.
“Tá, manda a primeira dica aí!” respondeu Izzy decidido. Não é nem preciso dizer que o garoto estava muito confiante, aliás, o peão dele estava várias casas à frente dos outros.
Sora não trocava muitos olhares com Tai, uma forte tensão amorosa pairava no ar envolta dos dois.
“Beleza, primeira dica: Sou amarelo.” lançou Davis com um ar de mistério e um sorriso maroto nos lábios.
Izzy por sua vez não hesitou, e respondeu seu pestanejar. “Pikachu.”
“Ah, eu desisto!” exclamou Davis revoltado. “Não tem graça nenhuma jogar se ele acerta todas de primeira!”
De fato Izzy acertava uma atrás da outra. Cada vez que o Digiescolhido da Sabedoria respondia corretamente, Mimi atirava-se no seu braço, abraçando-o com força, o que levou muitas vezes o garoto a ficar vermelho de vergonha.
A estrutura da casa balançava tamanha a força da tempestade. As janelas batiam forte, totalmente submetidas à constante e poderosa ventania. O estalido das gotas de chuva batendo no telhado combinado com o assobio do vento criava uma sinfonia única e assustadora, que se propagava por toda residência. Raios pintavam o céu de segundos em segundos, acentuando o forte contorno da lua escondida atrás das nuvens e ressoando inigualáveis trovões que assustavam até os mais corajosos.
“Vou checar as janelas.” anunciou Davis levantando-se, no que mais pareceu uma desculpa para deixar o jogo por um tempo.
Os outros assentiram sem palavras, ninguém estava muito animado com a brincadeira (com exceção de Izzy) e muito menos disposto a trocar palavras. O mau tempo deixou todos ociosos, e cada um guardava seus pensamentos para si próprio.
Tai fez menção de pegar a próxima carta para seguir em frente com o jogo, mas um forte raio caiu nas proximidades, deixando os Digiescolhidos no escuro.
“Ih ferrou.” soltou Tai.
“Vou dar uma olhada nos fusíveis. Mimi você tem uma lanterna?” declarou Izzy levantando-se com cuidado para não bater em nada.
“Sim, eu vou lá com você!” disse ela agarrando-se mais uma vez ao braço do garoto, que agradeceu a falta de luz, pois a escuridão escondeu seu rosto corado.
O coração de Sora disparava, ela já estava nervosa o bastante sem tudo aquilo acontecendo. Agora com a chuva e os raios a situação ia de mau a pior. Nervosa ela respirava alto, alto o bastante para chamar a atenção do amigo sentado do outro lado do sofá.
Segundos se passaram, segundos que mais pareceram anos para a garota. Mas de repente ela sentiu a mão de Tai tocando a sua. O garoto se aproximou dela e sussurrou bem próximo ao seu ouvido:
“Vai ficar tudo bem.”
Sora não pensou duas vezes. Levada única e exclusivamente pelos seus impulsos, a garota avançou para cima de Tai e enxergando de relance a face do Digiescolhido da Coragem ela lhe beijos os lábios.
Tai não recuou, embora surpreso, o garoto aproximou Sora de si com os braços e continuou a beijá-la mais intensamente. Ele deslizava sua mão direita pelas costas da garota, enquanto acariciava a nuca dela com a esquerda.
A cabeça de Sora rodava. Podia sentir o calor do corpo de Tai junto ao seu, a respiração do garoto tão próxima, seu coração batendo junto ao dela. Sora sentia como se fossem um só. Mas alguma coisa estava errada, algum ponto da sua consciência discordava de tudo aquilo, alguma coisa dizia que aquilo não podia acontecer.
E então a luz voltou, seguida por um grito abafado de satisfação de Izzy. Sora se viu obrigada a acordar do sonho, e aquele pontinho de consciência que insistia em puxá-la para a vida real prevaleceu. E assim como aqueles dois se tornaram um, o mesmo único ser dividiu-se em dois novamente. Sora livrou-se dos braços de Tai e recuou amedrontada. Estava com medo, confusa.
Percebendo a gravidade da situação a garota saiu correndo, subiu as escadas como um raio e encontrou seu refúgio no seu quarto. Lágrimas escorriam de seus olhos enquanto a imagem de Matt se afastava lentamente, queimando em sua mente.
Os outros observavam a cena sem nada entender, a única coisa que viram foi a garota batendo a porta do quarto, num estrondo que ecoou por toda casa, mais alto do que qualquer relâmpago daquela noite.
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